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Artigos & Ensaios

“De ornitorrincos à Alfa Centauri": Gosto pelo exótico e multiculturalismo na estética de Jean-François Lyotard 

Resumo: Este artigo se propõe a discutir a estética de Jean-François Lyotard a partir de dois eixos principais: 1) sua concepção de cultura de massa e 2) sua concepção de arte. Mediante a interpretação de algumas das principais obras de Lyotard, objetivamos mostrar como, ao longo da produção teórica de Lyotard sobre o pós-moderno, encontra-se uma valorização do novo, do exótico e do multiculturalismo que coloca o filósofo em dificuldades para definir cultura de massa e arte. A hipótese que norteia este artigo é a de que Lyotard por vezes deliberadamente confunde os dois domínios, de modo que seu pensamento deixa de ser crítico em relação às produções culturais capitalistas, tornando-se conivente com o consumismo presente nas sociedades contemporâneas.  

PALAVRAS-CHAVE: Arte; Cultura de massa; Multiculturalismo; Exotismo; Pós- moderno.

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“O que aconteceu aos herdeiros de Édipo?” A recepção clássica e a crítica à psicanálise na leitura de Judith Butler de Antígona 

Resumo: Nossa hipótese é de que a originalidade da interpretação de Judith Butler para Antígona só pode ser compreendida à luz das interpretações filosóficas já existentes da tragédia e das críticas à compreensão da tradição psicanalítica a respeito de gênero e parentesco, em particular como aparecem no Complexo de Édipo. Nesse sentido, analisamos algumas interpretações de Antígona pertencentes à tradição filosófica e psicanalítica (Hegel, Frédéric Gros, Jacques Lacan etc.) e também algumas feitas à interpretação freudiana de Édipo (Jessica Benjamin, Juliet Mitchell e da própria Butler) para delimitar a contribuição da perspectiva de Judith Butler sobre a tragédia e para a discussão filosófica das noções de gênero e parentesco.

Palavras‐chave: Complexo de Édipo; Feminismo; Judith Butler; Psicanálise; Sófocles.

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Sobre o ingênuo e o autorreflexivo no musical cinematográfico: La La Land e Dançando no escuro 

Resumo: Este artigo investiga o gênero musical no cinema a partir de uma perspectiva materialista através da análise dos filmes Dançando no escuro, de Lars von Trier, e La La Land, de Damien Chazelle. Para tanto, conceitos existentes na Estética filosófica desde pelo menos Poesia Ingênua e Sentimental, de Schiller, tais como ingenuidade e reflexividade, são discutidos. Para Adorno, os produtos da Indústria Cultural são em sua maioria ingênuos. Ele elogia a reflexividade na arte porque a vê como uma possibilidade de transpor esse tipo de construção ideológica feita pela indústria. A hipótese é de que o gênero musical geralmente usa a autorreflexividade e retrata o show business, mas, ao invés de mostrar a opressão implícita na produção, esconde importantes aspectos do funcionamento da indústria cinematográfica.

PALAVRAS-CHAVE: Autorreflexividade. Ingenuidade. Indústria Cultural. Cinema. Musical.

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Corpo, mídia e esporte: Uma leitura de Hans Ulrich Gumbrecht e David Foster Wallace

Resumo: Este texto se propõe a investigar a experiência estética contemporânea relacionada aos esportes a partir da obra “Ensaio da beleza atlética”, de Hans Ulrich Gumbrecht e do ensaio “Federer como experiência religiosa”, de David Foster Wallace. Separados por apenas um ano, ambos os textos se colocam questões similares sobre a natureza dessa experiência. Tendo isso em vista, a análise dos textos em questão será articulada com a reflexão de ambos os autores sobre a mídia de massa e as mudanças trazidas por ela no que se refere à percepção de temporalidade e espacialidade. Uma das ideias mais originais de Gumbrecht se refere à dimensão de presença, cada vez mais deixada de lado com a valorização da tecnologia. David Foster Wallace foi um consumidor e crítico do entretenimento estadunidense. Foi, igualmente, tenista quando jovem e um dos maiores escritores estadunidenses contemporâneos. Em seu ensaio sobre o tenista suíço Roger Federer, ele está o tempo todo lembrando da drástica diferença entre assistir ao esporte em corpo presente e assisti-lo mediado pela televisão. Até que ponto essas análises dos esportes se entrelaçam com um importante diagnóstico de época acerca da experiência estética?

Palavras-chave: Corpo; esporte; intensidade; mídias; presença. 

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Imaginando o fim do capitalismo

Neste ensaio, partindo da crise do coronavírus e do relato de experiência em torno do Cineclube Abismo, discuto o papel da imaginação e da arte para a construção de saídas críticas ao capitalismo. Para tanto, analiso o modo pelo qual o cinema, a arte e as intervenções críticas aparecem nas obras de Adorno e Horkheimer e Slavoj Žižek, dentre outros. 

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O desejo de Bartleby ou Bartleby e seus sucessores

Resumo: Este artigo busca analisar a obra Bartleby, o escrivão: Uma história de Wall Street (1856), de Herman Melville, destacando seu conteúdo político. Para fazê-lo, discutimos alguns aspectos de leituras famosas de Bartleby, como as de Deleuze, Agamben, Žižek, Hardt e Negri. A intenção é mostrar, através de uma análise formalista, que o conteúdo político da novela advém do que o filósofo Theodor W. Adorno chamou de “utopia negativa”. A novela faz uma “promesse de bonheur” (promessa de felicidade) para o leitor, o que instiga a imaginação política. Ao mesmo tempo, comparamos Bartleby com obras de escritores e artistas que vieram depois dele, tais como Kafka, Beckett, Celan e Chaplin, a fim de mostrar o poder da obra de indicar as tendências da arte moderna. 

 

Palavras-chave: Herman Melville, política, Theodor W. Adorno, utopia negativa

Originalmente publicado na revista Linguasagem.

Referência bibliográfica: QUEIROZ, Luciana Molina. O desejo de Bartlebly ou Bartleby e seus sucessores. v. 25 n. 1 (2016): Revista Linguasagem edição 25. 

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A morte das utopias e a utopia da cultura literária. Uma investigação do pós-moderno a partir da Teoria Crítica

Resumo: O artigo expressa o resultado de pesquisa cujo escopo foi problematizar teses sobre o pós-moderno defendidas por Lyotard e Rorty no que diz respeito à ética. Apesar de apresentarem distinções entre si, ambos defendem o discurso da diversidade. Ao identificar a aspiração da autonomia do sujeito como uma metanarrativa que deve ser recusada, a paralogia que Lyotard exalta é a empreendida pelo artista capaz de colocar um novo lance no jogo e reorganizar as regras. Rorty, por sua vez, defende que a ideia de verdade redentora deve ser substituída por uma cultura literária, ironista e liberal, na qual as pessoas possam ser poetas fortes em suas vidas privadas e, ao mesmo tempo, curiosas e sensíveis à diversidade dos outros. Dessa forma, Lyotard decreta a queda das utopias a fim de conceder espaço às micronarrativas. Rorty sedimenta essa concepção na utopia da cultura literária, supondo que a mimese artística possa informar conteúdos morais concretos acerca de sofrimento e solidariedade. Tanto a pragmática dos jogos de linguagem de Lyotard como o neopragmatismo de Rorty estão subjugados ao critério de invenção realizada por um indivíduo artista ou poeta forte. Desse modo, cabe questionar se esse pragmatismo é capaz de sair das dificuldades colocadas pela razão instrumental, denunciada pela Teoria Crítica como predominante na modernidade.

Polifonia em torno do gênero 

 

 

Capítulo de livro originalmente publicado na coletânea 

Distopias podem salvar o mundo? Reflexões sobre O conto da aia, organizada por Liciane Guimarães Corrêa e Adriana Jordão. 

Nesse ensaio, faço uma análise do romance O conto da Aia, de Margaret Atwood, partindo da filosofia, da narratologia e do feminismo para reivindicar a existência de uma polifonia de gênero na obra. 

Referência bibliográfica: MOLINA, L.. Polifonia em torno do gênero. In: CORRÊA, Liciane Guimarães; JORDÃO, Adriana.. (Org.). Distopias podem salvar o mundo? Reflexões sobre O conto da aia. 1ed.: , 2024, v. , p. 107-121.

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Utopia negativa e catástrofe: A arte como negação determinada da cultura administrada na Estética de Adorno

Resumo: Este artigo tem como objetivo principal analisar a relação entre utopia negativa e catástrofe na Estética de Adorno. O filósofo argumenta que a arte moderna é associada a um tipo de utopia que não é uma representação positiva do que a sociedade deveria ser. A utopia negativa apenas mostra o que a sociedade não deveria ser. A obra de arte está então carregada de contradições de uma sociedade não reconciliada. Tal explica por que a arte moderna e nova é tão recorrentemente caracterizada pelo feio, o repulsivo, o negro e o catastrófico. Na formulação de Adorno, a obra de arte se constitui como negação determinada da sociedade administrada. Como tal, a obra de arte é também negação determinada da cultura administrada, isto é, sua constituição é dada pela negação determinada dos padrões da Indústria Cultural e da tradição artística.

PALAVRAS–CHAVE: Utopia negativa; Cultura administrada; Catástrofe.

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No encalço da originalidade: aproximações e divergências entre Adorno e os Românticos

Resumo: O objetivo central deste artigo é o de demonstrar como a filosofia da arte de Adorno, e mais especificamente sua concepção e valorização do nominalismo artístico, advém da forma pela qual o filó- sofo, a partir da tradição dialética, dialoga criticamente com temáticas encontradas no Romantismo, tais como o gênio e o original. O perten- cimento à tradição hegeliano-marxista é, portanto, fundamental para compreendermos seu ponto de vista otimista acerca das vanguardas ar- tísticas, bem como sua valorização do nominalismo crescente das obras de arte derivado de sua autonomia e especificidade formal.

 

Palavras-chave: Gênio; Dialética; Nominalismo; Originalidade; Romantismo.

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Prefácio

O Clube da Luta como sinal dos tempos

Prefácio revisado do livro Norma e transgressão no romance Clube da Luta (Dialética, 2024), de Joacy Ghizzi Neto.

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Resenhas

Resenha de 24/7 - Capitalismo tardio e os fins do sono, de Jonathan Crary

Resenha do livro de Jonathan Crary, originalmente publicado na Revista Alea. 
 

Referência bibliogr​fica do livro resenhado: CRARY, Jonathan. 24/7 – Capitalismo tardio e os ins do sono. São Paulo: Cosac Naify, 2014.

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Resenha de Limiar, aura e rememoração: ensaios sobre Walter Benjamin, de Jeanne Marie Gagnebin. 

Resenha da coletânea de ensaios sobre o filósofo Walter Benjamin, originalmente publicada na Revista Remate de Males.

Referência bibliográfica do livro resenhado: GAGNEBIN, Jeanne Marie. Limiar, aura e rememoração: ensaios sobre Walter Benjamin. São Paulo: Editora 34, 2014. 

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O papel do intelectual público: resenha de A torção dos sentidos: pandemia e remediação digital, de João Pedro Cachopo 

[texto originalmente publicado na Revista Pessoa]

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Entrevista

Na presença de Hans Ulrich Gumbrecht: uma entrevista 

[entrevista originalmente publicada na revista Remate de Males]

“Na presença De Hans Ulrich Gumbrecht: Uma Entrevista”. 2025. Remate De Males 38 (2): 1083-1106. https://doi.org/10.20396/remate.v38i2.8652568.

 

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Intervenções

A lista da FUVEST e o Cânone Literário 

[ texto originalmente publicado no site A Terra é Redonda, por ocasião da Lista de leituras obrigatórias da FUVEST divulgada em 2023]

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Três vezes Clarice 

[Texto originalmente publicado no site A Terra é Redonda, sob o título "Clarice Lispector no cinema", sobre as adaptações cinematográficas da obra da escritora brasileira Clarice Lispector]

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A música popular brasileira em Rio, Zona Norte (1957)

Breve comentário de apresentação para a ocasião de sua exibição na Mostra Afrofilmes no Cine Ponrepo, em Praga

 

[Texto originalmente publicado sob o título "Rio Zona Norte", no site A Terra é Redonda]

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